segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

32 - UMA NOVA CMG PARA GMR

Sejamos claros: quem se promenadeia pelos lados de Santa Clara sente clarividentemente que o edifício conventual mandado erguer há quase 502 anos não serve para albergar uma câmara municipal de uma metrópole como a nossa. É claro que não falamos, claramente, do que não sabemos sobre Santa Clara: se ele há espaço para arquivo, se ele há espaço para gabinetes, mais gabinetes, salas dos grandes actos, salas dos pequenos actos, refeitórios, bares, parlatórios e tudo o mais que uma grande câmara necessita. Cingimo-nos apenas à simbologia e à praxis de uma câmara. E aí a pequenez da sede conventual é evidente. Melhor ficaria se aquele largo, aquela fachada esbelta e assimétrica e o edifício que ela contém, ambos mais impregnados de poiesis que de política, albergassem um centro nacional de qualquer coisa. Daí que, e no seguimento da anual sessão de degustação de lampreia de Alcides Pacheco, Demóstenes Monteiro e Carlos Maria Brandão decorrida num restaurante discreto no refrescante Minho Alto, ambos os três não tiveram dúvida alguma em compreender, assentar e sublinhar a necessidade mais que urgente, premente e iminente de um novo edifício para uma grande Câmara Municipal de Guimarães. Assim sendo, Carlos Maria Brandão pegou num pedaço de toalha de mesa, salpicada por resquícios da cobra divina e inspirado na identidade gráfica da CMG mas conhecendo de cor a proporção volumétrica da Lever House, em NYC, desenhada pelo senhor Gordon Bunshaft, numa ou duas pinceçadas ergueu este magnífico projecto que é a nossa proposta desta semana. A concretização desta necessidade, sentida do funcional ao simbólico, oferecerá à urbe, o imponentíssimo DOMUS MUNICIPALIS VIMARANENSIS (ou, caso queiram, o WIMAR STATE BUILDING, para usar o anglofonismo da modinha). É carregar para ampliar, se quer ver. Sugere-se a sua localização na Alameda Mariano Felgueiras, local de frondosa imponência, bons acessos, shopping e hospital.






2 comentários:

  1. Esta obra no lugar do chafariz até que metia "sainete".

    Ou, ainda melhor, colocava-se o chafariz em cima do edifício!

    Ora diga lá, arquiteto, se este seu amigo não dá umas dicas com substrato.

    mande sempre

    atento, venerador e obrigado
    o conde de belmir

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  2. Com imenso substracto, caro Conde! Em boa verdade lhe digo, vezes três, obrigado.

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