segunda-feira, 15 de novembro de 2010

22 - O BCdG


Preclaríssimos leitores: sabeis vós que os tempos estão difíceis. Sabeis vós também que, no meio de tanta dificuldade, apenas a banca vai sendo ajudada pela generosidade do Estado, pela caridade da União, pela taxa de juro do Banco Central Europeu. Qual elefante irritado a bater com a pata no chão, chegou a hora de Guimarães se libertar definitivamente das amarras económicas do país e da euro-região. É para isso que apresentamos o BANCO CENTRAL DE GUIMARÃES, uma instituição credível, segura e infalível, capaz de gerar imensa riqueza nesta zona. Um banco criado e controlado por vimaranenses, aberto ao mundo inteiro, com especial vocação para delegar-se em micro-estados, por regra ilhas, com regimes fiscais e águas marítimas muito apetecíveis. Um banco que sabe que, mesmo correndo riscos elevadíssimos, terá sempre a mão amiga de alguém para o amparar. Uma instituição que trará emoção, estilo e mulheres e homens esbeltos à cidade, bem como cartões de crédito a granel. Que apoiará as artes, a cultura e o sport, comme il faut. Que terá uma Fundação para ajudar os desfavorecidos, pois então.
Nesta altura, perguntará o leitor porque raio é que, estando o banco para se fundar daqui a um ano, no belíssimo logo desenhado pelo Prof. Arqº Carlos Maria Brandão aparece a referência a desde 1798, indiciando que o BCDG começou a funcionar em tal data. A resposta é simples: em primeiro lugar, não indicia nada disso. O leitor é livre de concluir o que quiser. Olhe, para mim aquilo até faz parte do nome completo do Banco: Banco Central "de Guimarães desde 1798", defendo-me eu ao abrigo da minha liberdade, tornando a posição do banco inatacável do ponto de vista do relativismo. Ainda que o leitor conclua o contrário - lá está, é livre, pode concluir o que quiser-, e dentro de uma certa ideia de coerência do sector bancário, uma inverdadezinha destas não faz mal a ninguém e traz imensas vantagens, como por exemplo uma parceria com a mítica Banca dei Monte Paschi de Siena (oh, tão só o banco mais antigo do mundo) e a entrada para o top vinte dos bancos mais antigos do planeta. Ora, segundo nos disse um primo do Prof. Arqº Carlos Maria Brandão que está a estudar marketing numa universidade privada em Felgueiras, esta estratégia de puro marketing atrai inúmeros clientes. Para além disso, explicou-nos também que podemos defender-nos com o argumento que o banco esteve a funcionar num espigueiro em Atães durante estes anos todos, tipo sociedade secreta.

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