segunda-feira, 27 de setembro de 2010

15 - A HEGEMONIA REGIONAL PODE COMEÇAR ASSIM

Uma das grandes aspirações da vimaranensidade é o exercício de uma certa influência sobre os Concelhos Limítrofes. Vá, admitamos, o exercício de uma certa influência sobre o Distrito em que se insere e a região da qual faz parte. E daí para o mundo inteiro vai um pequeno passo. Um pouco "tipo do género" URSS e Checoslováquia, EUA e Puerto Rico e Inglaterra e Mozambique. Nada de anormal. Quem não aspira não expira, já dizia Carsten Schnelling. O exercício dessa influência pode fazer-se, também segundo Schnelling, por três vias: militar, económica e cultural. Deixando as duas primeiras para mais tarde, ouso abordar a terceira com a proposta que abaixo apresento.

A vila de Prado mantém as melhores relações político-económicas com a Cidade de Guimarães. Partilha com a nossa cidade a mesma capital de Distrito. Estrategicamente, está, por isso e portanto, na altura de colocar a Vila de Prado na boca mundo. E como?, perguntará o mais incauto dos leitores. Resposta simples: através da mítica figura da parceria ou do protocolo, tão grata nesta nossa região. E com quem?, perguntará o mais curioso dos analistas: com Madrid, respondo com a força das grandes convicções. Com Madrid, de modo a que se crie o Museu de Madrid no Prado, o irmão mais novo do Museu do Prado em Madrid. A parceria não tem como correr mal: em primeiro lugar, deduz-se o interesse do Prado em ter este museu. Eu também teria se fosse presidente da junta de freguesia de Moma ou de Aldeia de S. Pedro da Ermidagem.

Em segundo, não se descortina uma razão para Madrid se negar a isto, já que ter um Museu do Prado sem qualquer relação ou compensação com a Vila epónima não é, de todo, justo. Posto isto, siga para as exposições: para começar, o Museu do Prado emprestaria apenas um Velazquéz e um El Grecozinho . Migalhas, considerando-lhes a enormeza da colecção. Em contrapartida, o Museu de Madrid cederia a colecção inteira dos mesteres minhotos pintada a guache pelo Mestre Silva. Parece justo: um Velazquez e um Miró pela por setenta e seis Mestres Silva. Ainda por cima, todos sabemos quanto os castelhanos gostam de mesteres minhotos. Como prova da vontade do Oh Guimarães em estender os seus tentáculos de opinion making a terceiros, apresentamos uma proposta de identidade gráfica do Museu Nacional de Madrid, em Prado. Foi a dita desenhada no verso de um bilhete do Museu Nacional do Prado, num domingo de madrugada, na festa de um casamento em Pevidém pelo Prof. Arquitecto Carlos Maria Brandão, antes de Alcides Pacheco cair na piscina em cuecas enquanto cantava a Macarena.

* O conceito abordado neste texto é o desenvolvimento de uma ideia de Alcides Pacheco e Fernando Nando.

Sem comentários:

Enviar um comentário