segunda-feira, 14 de junho de 2010

8 - A PERSONALIDADE JURÍDICA DA ESTATUÁRIA VIMARANENSE

Oh Guimarães, vamos dotar a tua estatuária de personalidade jurídica! Vamos caminhar avante, conquistando a glória do pioneirismo jurídico, fazendo das estátuas uma única pessoa colectiva de utilidade pública. Sim, Oh Guimarães és toda a nossa aspiração. Vamos dotar a estatuária vimaranense de personalidade jurídica para que, deste modo, se possa defender a dignidade das representações humanas que adornam a nossa Guimarães. Mais: ousamos propor que essa defesa da dignidade se estenda a outras representações que, não sendo humanas, foram fruto da imaginação humana. Mas ai se a Mealhada tenta o mesmo com a estátua do seu leitão, livre-nos Deus e a Mealhada. Nada disso. Só nós e Santa Clara.
E porquê dotar as estátuas de Guimarães de personalidade jurídica? A resposta é simples e faz-se com perguntas: quem nos garante que um cidadão enraivecido não fará desabar as muralhas do seu descontentamento sobre uma das estátuas de D. Afonso Henriques? Quem nos garante que, numa manha desesperada, um qualquer cidadão/ã não irá violar os espantalhos (arte efémera) da Horta Pedagógica? E João Franco, tantas vezes apelidado de ditador, não terá direito a defender a sua honra, quando é insultado por fumadores de berlaites no largo com o seu nome? E o Conde de Arnoso que, por estar meio escondido, tantas vezes foi vítima da acidez urinária dos seus concidadãos vimaranenses, não terá direito a ser protegido de tão forte reagente? Sim, Guimarães! Há que proteger os seus símbolos. E para isso se propõe que todas as estátuas epi-simbólicas da cidade se unam numa pessoa colectiva, gozando de protecção jurídica. Estátuas e já agora duas letrárias: o Aqui Nasceu Portugal e a placa a dizer Braga.
Oh Guimarães, ínclita cidade, conquista com este gesto a glória e, já agora, a magnanimidade à escala mundial. Ousa! Ousa dotar a tua estatuária de personalidade jurídica já!

1 comentário:

  1. Ora cá temos o dr Pacheco a fazer sentir a sua personalidade jurídica, para não ficar sempre da sombra do prof arq.

    Realmente concordo que devem ser respeitados os monumentos em geral e as esculturas em particular. Nesse particular Guimarães ombreia com as grandes metrópoles na protecção efectiva do seu património.

    Só não entendo como se esqueceu o autor do colosso de Pedralva, esse icone cultural da nossa cidade, imigrante de marrocos, mas perfeitamente adaptado ao contexto vimaranense (apesar de algum despudor na postura)

    Caro dr Alcides, veja bem se se lembra de todos os vimaranenses nestas suas preleções

    ResponderEliminar